Diferente de muitos sistemas digitais, cuja origem data de muito antes do que imaginávamos — o CRM tem raízes nos anos 1960, por exemplo — o pagamento digital é diferente, pois é muito mais novo.
Sua implementação teve início em 1998, com a criação das carteiras digitais pelo Paypal, empresa americana especializada em pagamentos on-line e que tem como um dos fundadores o empreendedor Elon Musk.
Sua expansão veio através da consolidação do eBay, site de compras e leilões on-line.
Outras tecnologias tiveram papel fundamental nessa evolução, em especial a Internet of Things e os dispositivos ultraconectados.
Uma inovação um pouco fora da curva foi também o blockchain, que possibilitou a existência das criptomoedas — método popularizado pelas Bitcoins.
O QR Code também é um dos precursores.
Aliás, a tecnologia em si data até antes das inovações do eBay — de 1990 — mas a necessidade de um dispositivo móvel atrasou sua popularização, que é muito ampla agora.
Hoje, outros métodos engrandecem a lista de tipos de pagamentos digitais, como os próprios das fabricantes de smartphones, é o caso do Apple Pay, Google Pay e do Samsung Pay.
Como funciona o pagamento digital?
Existem diferentes tipos de pagamentos digitais, mas seu funcionamento normalmente segue a mesma lógica.
Vamos pegar o QR Code como exemplo:
O cliente compra um produto em sua loja e quer pagar via Internet — seja em loja virtual ou no estabelecimento físico. Em vez de gerar um boleto tradicional ou cobrar com maquininha, você escolhe a opção “QR Code” na plataforma de pagamentos on-line.
Com o código de barras bilateral criado, basta que o cliente aponte a câmera do celular para a imagem (geralmente já logado em seu aplicativo bancário) e pronto! O pagamento será liberado.
O mesmo acontece com uma carteira digital, como o Apple Pay e Google Pay. Em vez de usar o cartão de crédito ou débito, o cliente apenas aproxima o celular (ou dispositivo inteligente, como smartwatch) da maquininha, que se habilitada para tal operação, vai utilizar um token para liberar o pagamento e autorizar a transação.
Ou seja, há etapas diferentes pois cada tecnologia exige uma abordagem, mas a lógica permanece igual: o pagamento digital depende da troca de dados criptografados via Internet.
Abaixo, criamos um passo a passo para exemplificar como esse processo funciona.
O passo a passo de um pagamento digital
Pegamos como exemplo o cenário de uma compra em loja online com pagamento via cartão de crédito. Veja:
Cliente realiza a compra em loja online. O método escolhido é o cartão de crédito, com valor parcelado.
A loja online utiliza um gateway de pagamento ou subadquirente para se conectar ao adquirente.
Esse adquirente se comunica com a operadora do cartão, bem como banco emissor, para verificar o saldo e segurança das informações.
A operadora do cartão e o banco emissor autorizam ou recusam a transação.
Se autorizado, o adquirente liquida o pagamento.
O gateway de pagamento ou subadquirente processa o pagamento, confirmando a transação.
O dinheiro da venda é repassado ao comerciante dentro do prazo acertado para esse tipo de transação. Quem faz esse processo é o adquirente ou subadquirente.
O cliente recebe a confirmação do pagamento pela loja, que já lhe confirma o prazo de entrega e dá seguimento na logística.
Você pode notar que nesse processo não são protagonistas apenas o cliente e a empresa, mas outros players. Clientes, bancos emissores, operadoras de cartão, adquirentes, gateways de pagamento, subadquirentes e as empresas.
Bancos Emissores: Responsáveis pela emissão de cartões de débito e crédito, bem como autorização ou não das transações;
Operadoras de cartão: Empresas reguladoras das bandeiras dos cartões;
Adquirentes ou Credenciadores: Fazem a liquidação financeira das transações por cartão de crédito e débito. Conectam bandeiras aos bancos emissores;
Gateway de pagamento: Sistema que faz ponte com adquirentes e bandeiras. Geralmente funciona com APIs;
Subadquirentes: Intermediadoras de pagamentos, cuja missão é simplificar a conexão com os bancos, bandeiras e adquirentes. É o caso do Paypal.
De fato, existem muitas variáveis no processo de pagamento digital. O cliente não necessariamente precisa entender cada parte de uma transação, mas esse conhecimento pode ser muito útil para você, gestor ou empreendedor!
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